Cadeira 13: MARCIANO MEDEIROS

Marciano Medeiros

 

 

Membro da Academia Literária
Padrinho:

 

 

O escritor, poeta e cordelista, é autodidata e se dedica ao cordel, estudando as obras clássicas. É palestrante, oficineiro e declamador. Nasceu aos 18 de setembro de 1973, em Santo Antônio (RN). É filho de João Batista de Medeiros e Francisca Viana Salustino Medeiros, ambos de Serra de São Bento (RN).
Conhecido por “poeta das biografias”, devido a quantidade de perfis que redigiu, desde Clara Camarão até Luís da Câmara Cascudo, entre outros nomes. Publicou o romance A princesa e o camponês, esgotando a primeira edição. É membro fundador da Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel, da Academia de Letras e Artes do Agreste Potiguar, integrante da Academia Literária Virtual do Clube da Poesia Nordestina e também é sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. O poeta tem conquistado importantes premiações no cordel e na trova. Em 2018 foi campeão do Festival Vamos Fazer Poesia. Atualmente reside em Parnamirim (RN).

 

Principais obras do cordelista:

Vida e morte de Lampião
Família, sonhos e lutas de Valdetário Carneiro
Ivanildo Vila Nova o menestrel do repente
Câmara Cascudo arquiteto da alma nacional
A trajetória poética de Ronaldo Cunha Lima
O poeta do baobá
Zila Mamede do sertão ao mar dos sonhos
Clara Camarão a primeira guerreira do Brasil
Rita de Cássia Soares paraibana exemplar
Teotônio Vilela um romeiro da liberdade
Divaldo Pereira Franco um mensageiro da paz
José Wilker do Teatro a TV Globo
Joaquim Pinheiro o jornalista matuto
Os perigos do namoro pelas redes sociais
Carlos Augusto Diógenes, um sertanejo marcante
Capitão Rodolfo Bento entre a honra e a vingança
Noilde Ramalho uma educadora potiguar
O legado de Sivuca na cultura brasileira
A princesa e o camponês
Gonçalo Ferreira, um cordelista integral
Padre Miguelinho, um potiguar na revolução dos padres

 

Patrono

Luiz Felipe Neris

 

FOI LUIZ FELIPE NERIS,
UM POETA SERTANEJO

Autor: Marciano Medeiros

 

Quero fazer homenagem
Com muita sabedoria,
Relembrando meu patrono
Numa nobre Academia,
Onde fazemos cordel
Tendo métrica e poesia.

Luiz Gonzaga Felipe
Tem Neris, por sobrenome.
Desperta tanta saudade
Que nem o tempo consome.
Na cultura potiguar,
Pretendo honrar o seu nome.

Natural de Pau dos Ferros,
Uma bonita cidade!
Neste solo sertanejo
Teve lições de humildade,
Perdendo a mãe com três anos
Experimentou orfandade.

Luiz Gonzaga nasceu
No ano de trinta e nove,
Quando a vinte um de julho
Sua chegada comove.
E a jornada do menino,
O nosso Deus quem promove.

Filho de Pedro Felipe
Bom cidadão nordestino,
O nome de sua mãe:
Senhora Eliza Rufino,
Logo o casal deu ao filho
Um valoroso destino.

Desde sua meninice
Mostrava ter alma rica,
Dando muitas alegrias
A sua tia Chichica,
Que lhe criou com bondade
Conforme a pesquisa indica.

Tinha bastante humildade
Estudando com rigor.
Na escola Joaquim Correia
Foi muito batalhador,
Dotado de inteligência
Pôde mostrar seu valor.

Ao completar a idade
Na Marinha se alistou
Aprendiz de marinheiro,
Já de Natal viajou;
E depois lá em Recife
A formação terminou.

Na função de escrevente
Luiz foi muito capaz,
Andou no Porta Aviões
Chamado “Minas Gerais”,
Visitou tranquilamente
Outras nações mundiais.

Por dezenove países
Luiz pôde viajar.
Nesta carreira tão bela
Teve que se aposentar,
Voltando pra seu estado
Na capital quis morar.

No ano mil novecentos:
Chegando sessenta e um,
Luiz Gonzaga casou
Tendo alegria incomum.
Foi feliz nesta união,
Sem impedimento algum.

Dona Maria de Lima
Foi sua esposa querida
Que dedicou à família
A seiva de sua vida,
Sendo uma mãe dedicada:
Séria, meiga e decidida.

O casal gerou Felipe,
Aqui dizer me compete.
Em seguida nasceu outra
Que é Maria Goretti.
Também cito Paulo e Mônica,
Sem que a lista complete.

Veio em seguida, Marcello
O penúltimo descendente.
Nasceu ainda Verônica,
Outra moça inteligente.
E o casal seguiu na vida,
Sua jornada inclemente.

Luiz Felipe ocupou,
Muitas funções importantes.
Depois de aposentado
Trabalhou com governantes,
Deixando por onde esteve
Lembranças muito marcantes.

Quando José Agripino
Foi prefeito da Natal,
Luiz exerceu um cargo
Na Promoção Social,
Executando trabalho
Bonito na capital.

Homem de muita cultura
Gostava de cantoria,
Escutando os repentistas
Com sublime melodia,
Improvisando os assuntos
Repletos de poesia.

No “Instituto Ary Parreiras”
Teve participação,
Fazendo parte do grupo
Que estava na direção,
Também na Rádio Nordeste
Deixou colaboração.

Foi poeta talentoso
Rimando sem embaraço,
Profundo historiador
Que conhecia o cangaço;
E a vida de Virgolino,
Um bandoleiro de aço.

Gerou mais de vinte obras,
Todas elas publicadas.
Algumas em nosso tempo
Permanecem divulgadas.
Nas poesias que fez
Deixou metáforas plantadas.

Fundação José Augusto,
Foi bom local de trabalho.
Ali seu verbo fecundo,
Brotou igualmente orvalho.
Sempre escreveu com vigor
Sem produzir nada falho.

Dia treze de novembro
Em dois mil e oito o ano,
Luiz Felipe partiu
Para viver noutro plano.
Aqui deixou seu trabalho
Este escritor soberano.

O nome deste poeta
Foi ligado ao meu destino.
Sinto alegria em falar
Neste nobre nordestino
Que “viajou” na cultura,
Igualmente a peregrino.

Relembrei deste patrono
Num poético relampejo.
Digo agora ao terminar
Conforme tive o desejo:
Foi Luiz Felipe Neris,
Um poeta sertanejo.

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